Uma comunidade renovada

Em 1989, porém, um empresário local não-judeu organizou uma campanha para que a sinagoga fosse devolvida à comunidade. Um anúncio colocado no jornal local trouxe de volta os poucos judeus restantes no país. Gradualmente, pequenas contribuições permitiram que os trabalhos de limpeza e restauração começassem. As pessoas tinham esperado que a sinagoga se converteria num monumento histórico à comunidade judaica moçambicana que uma vez rezou lá.

Suas expectativas não foram justificadas. A volta da sinagoga aos judeus levou os judeus a voltarem à sinagoga. Um punhado de membros autodidatas começou a se reunir nas tardes de sábado para cantar canções e estudar hebraico.

Desde a recuperação da sinagoga em 1989, marco seguiu marco. Durante os anos seguintes a comunidade tem instituído de novo cerimónias regulares de Shabbat, tem observado todos as férias importantes, tem adquirido um Sefer Torah e tem realizado Bar e Bat Mitzvahs e outros eventos do ciclo da vida. Em 2009, foi incorporada e reconhecida oficialmente pelo governo uma associação: Honen Dalim – A Comunidade Judaica de Moçambique. O edifício da sinagoga foi restaurado de forma completa e amorosa em 2013 e agora é um espaço bonito e contemplativo no centro da vida da comunidade.

O único ritual mais unificador da comunidade é a cerimónia de Shabbat realizada cada sexta-feira à noite. Longe vai é a competição entre os estilos litúrgicos Ashkenazic e Sefardic. A tarefa hoje é fazer as cerimónias acessíveis e significativas para os que só falam português e os que preferem inglês. O resultado é Nusach Maputo, uma cerimónia que flui sem problemas entre Português, Inglês e Hebraico.

A demanda por conhecimento judaico em Maputo é maior que a oferta. A comunidade recebe Rabinos e acadêmicos visitantes que dedicam tempo e esforço para nos ajudar a aumentar nosso conhecimento e conectividade judaica.

Sempre estamos a procurar meias para crescer em nossa identidade judaica e para responder às necessidades da nossa comunidade pequena e diversa.